QUASE TRINTA...

Hoje, com quase trinta anos, me dou o direito de ser assim como sou, de não precisar sorrir o todo tempo e para todos, de fingir que não vi uma ligação, de não retornar e simplesmente sumir, (quem nunca fez isso?), de enfiar-me debaixo das minhas cobertas, de desligar-me do mundo e de curtir a mim mesma ou não curtir... Porque não... ? Depende do dia, depende do humor, do quanto comi, do quanto dormi... tudo é relativo, complicado e meu, só meu...

E depois desse súbito surto de antipatia pelo mundo e de um excesso de egoísmo, acordar sorrindo, cumprimentar o velhinho da rua, mandar flores para uma amiga, comprar um presente pra mim mesma, tornar-me confidente de uma vendedora ou do meu cabeleireiro... E assim cantar a minha música predileta, correndo pela cidade sem me preocupar com nada... ou com tudo e todo mundo, só depende de mim...

Hoje, com quase trinta, dou-me o direito de ser amiga de quem eu gosto, de quem eu quero, de agradar àqueles que me fazem bem, de dizer-lhes o que sinto e o quanto sinto... da saudade que tenho, dos amores que vivi, das lembranças que deixei e que deixaram pra mim...

Hoje, com quase trinta, dou-me o direito de falar que amo isso, que detesto aquilo, que escuto música de Deus e que danço sozinha; que suspiro vendo filmes e novelas; que desejo o corpo da Sabrina Satto, mas que sou feliz com o que tenho... que malho quando quero, quando me dá vontade, que posso passar horas na academia ou apenas 20 minutos, (o corpo é meu, a mente é minha... e todo o resto também... ), que passo horas no salão, mas que também acordo com cara de cansada e que, muitas vezes, não me importo com isso...

Hoje, com quase trinta, amo quem quero, amo quem me ama e tenho minhas dúvidas... Eu tenho o direito de duvidar, de não saber as respostas e ter medo do futuro... mas mesmo assim eu me arrisco, (me jogo!!!) passo por caminhos escuros e sei achar a saída...!

É, mesmo que com quase trinta, eu ainda tenho muito o que aprender, tenho muitas receitas a seguir, outras a criar, tenho o direito de mudar de profissão e me dar bem... por que não? Cora Coralina só começou a ser reconhecida depois dos 70 anos de idade, Roberto Marinho criou a Rede Globo depois dos 50 anos...

Estou com quase trinta e ainda sou solteira, não sozinha, mas estou feliz! Muito feliz... uma felicidade que me permite dizer sei o que quero, quem eu quero e como quero...! Eu realmente posso escolher! E eu escolho ser feliz, ser bem cuidada, bem tratada, bem amada... E todos nós podemos!Basta sabermos do nosso próprio valor!

Por isso digo: a idade não é nada comparada à maturidade que permitimos que venha junto com ela... é bom perceber nossas metas sendo alcançadas, nossos sonhos sendo realizados e principalmente, ver as nossas derrotas e fracassos se tornarem bônus para o nosso crescimento espiritual!

Brasília, 15 de junho de 2009

Por, Paola Aguiar, 28 anos, mulher intensa, mulher feliz!